quarta-feira, 30 de abril de 2014

Técnicas de Sapateado - com Alfonso Losa


É sempre interessante fazer um curso com um "nativo". Ano passado, com Pol Vaquero, meu primeiro curso internacional, com apenas 3 meses de flamenco, me ensinou que se você demora mais do que 5 repetições pra aprender um passo, ainda precisa de muito treino... Na verdade, aprendi bem mais do que isso.

Aprendi que o flamenco é difícil, mas não é impossível. O caminho é longo, árduo, dá vergonha, você pensa que é burra, desligada, pensa até que tem dupla personalidade, uma na cabeça e outra nos pés (e que elas não se conversam)... Mas isso passa. E quando você vê, já está fazendo aquilo que demorou bem mais de 5 repetições pra aprender. E erguendo a sobrancelha. Essa dança é um bicho engraçado... Mas apaixonante!

Voltando ao Alfonso, desta vez mais experiente, aprendi que a gente precisa se conhecer, para depois aplicar tudo o que a gente aprende. Como cada professor fala uma coisa diferente (e esse é o bonito, pois cada pessoa enxerga da sua própria maneira), não dá para aplicar as mesmas regras sempre. É preciso descobrir quais aquelas que nos servem e usá-las. Ou não...

Flamenco se parece muito comigo, talvez por isso eu tenha me identificado tanto. Tem regras, mas isso não quer dizer que não possam ser quebradas. Tem força e tem graça, dependendo do momento e do clima. Tem ritmo e quem dança também faz parte da música, que veio na minha carga genética, mas esteve em desuso até então. E é desafiador. E quando o professor fica do seu lado, explicando em espanhol o que você tem que fazer, sem você entender uma palavra do que ele diz, mas entendendo só de olhar pra ele, aí alguma coisa na sua cabeça diz: vai que dá!

Ainda falta muito treino, ainda falta muito ouvido, ainda falta muita técnica, mas o aire... esse tem! E não sei de onde veio... Mas isso é o que menos importa.

Obrigada Alfonso Losa, ou Gracias... Por que também me falta muito espanhol, mas mesmo assim, consegui entender exatamente o que você "disse".

Aprendi que flamenco se aprende com a alma e não com a cabeça.


AH, SIM, A TEORIA!

. Para saparear, jogue seu peso nas plantas, deixando o salto livre de peso. Assim, seu joelho vai ficar menos sobrecarregado e menos flexonado. O tronco deve ficar levemente pra frente, para dar equilíbrio (ou seja, tudo ao contrário do que tudo o que já ouvi dizerem sobre flamenco...)

. O golpe vem de trás. Os joelhos ficam emparelhados. Mas a força vem num golpe seco. A perna vem descendo, mas quando vai chegando perto do chão a velociadade aumenta e o golpe fica mais potente.

. Pirueta. É o corpo que vira e o braço que puxa para o lado que você quer virar. O pé é só apoio.

. E, claro e não menos importante, o que segura tudo isso é o abdome. Barriga pra dentro e peito pra fora. Isso não muda.

Tentei aplicar isso nas minhas aulas regulares e, confesso, dá até calor! Mas, meu "joeio véio" agradeceu.

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